A esses senhores que justificam tudo com a Sociedade, deturpando a responsabilidade social do cidadão em particular, deixo o exemplo correcto da utilização da expressão.
Eu sou uma vítima da sociedade. Sou vítima de uma sociedade desleal, onde a palavra já não vale. Sou vítima de uma sociedade onde os criminosos são mantidos em liberdade e os cumpridores penalizados. Sou vítima de uma sociedade corrupta, onde quem está no governo se governa, e os outros que se danem. Sou vítima de uma sociedade onde o ensino é precário, onde os cábulas passam e quem quer aprender é privado do conhecimento. Sou vítima de uma sociedade onde a segurança pública é uma anedota, em que a polícia tem vontade, mas não tem meios, e quem os tem não tem vontade. Sou vítima de uma sociedade onde os impostos que pago com o trabalho de todos os dias servem para financiar as regalias de cidadãos que, tendo oportunidade, nem trabalham, nem estão interessados em fazê-lo. Sou vítima de uma sociedade de segunda, onde tudo o que é de qualidade é mandado fechar ou exportado para o estrangeiro. Sou vítima de uma sociedade que privilegia o comércio internacional em detrimento do nacional. Sou vítima de uma sociedade onde aos incumpridores é dado lugar de destaque. Sou vítima de uma sociedade onde existe concertação de preços. Sou vítima de uma sociedade que me obriga a pagar 4 canais televisivos independentemente de eu os ver ou não e que só passam lixo. Sou vítima de uma sociedade que, por força, me quer passar um atestado de estupidez. Sou vítima de uma sociedade que parece querer conformar-me ao seu modelo de "pessoa ideal". Sou vítima de uma sociedade repressora onde o meu corpo não pode manter a forma que lhe é natural. Sou vítima de uma sociedade que me quer superficial. Sou vítima de uma sociedade que me quer convencer de que fazer o bem está mal e fazer o mal está bem, que deixa em liberdade ladrões mas prende os devedores a quem o próprio Estado é devedor. Sou uma vítima da sociedade. E pela graça de Deus, sou o que sou. Venha o céu.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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